segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Diário do Exército - Campanha do Paraguai

Bom dia a todos! Como havia prometido anteriormente, transcreverei algumas passagens do Diário de Guerra de Conde D'Eu, versando sobre fornecimento de gado e sobre uma incursão de um destacamento:

"O comandante da praça de Humaitá comunicou que, sem atenderem às advertências do Comando-em-chefe, os fornecedores Lesica & Lanus persistiram em conservar uma invernada de 8000 reses entre o Passo da Pátria e o Rio Tebicuray, em pontos não livres de um ataque inimigo. Sua Alteza determinou, pois, que desde já ficava expressamente proibida a estada de grandes porções de gado em território paraguaio sob pretexto de descanço, devendo o comandante de Humaitá e o chefe da estação naval vigiar na repressão de tal abuso, fazendo com que as invernadas se mantenham todas em terras correntinas.
- Da vanguarda, recebeu o quartel-general um telegrama participando que, na exploração da manhã até Patiño-Cuê haviam-se adiantado algum tanto imprudentemente do grosso da cavalaria doze homens comandados pelo Capitão Fonseca Ramos, os quais, envolvidos logo por infantaria inimiga, tiveram que abrir caminho à espada, perdendo quatro homens e quatro cavalos, e ficando ferido aquele oficial e um soldado a mais."


Podemos analisar o problema que tivemos para fornecer alimentação à tropa. Não só o gado como a forragem para os cavalos eram fator primordial para a continuidade da luta. Era comum o atraso na entrega e o saque, por isso a preocupação do Conde D'Eu. O incidente com os cavalarianos ilustra que na terceira fase (e última) da campanha, a vontade de encerrar de uma vez a guerra fazia com que alguns se precipitassem buscando o combate, mesmo que de forma pouco aconselhável.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dificuldades da Guerra

Estudando o diário de campanha do Conde D'Eu (Escrito pelo Visconde de Taunay), constatei mais uma vez o quanto é difícil permanecer combatendo em terreno inóspito. Muitos dos comandantes de nosso Exército eram senhores em idade considerável para a época. Imaginem agora esses senhores tendo que progredir em um local alagadiço, cheio de mosquitos, com chuvas constantes, calor... bem, só por causa de doenças perdemos muitos homens na Guerra do Paraguai. Generais gabaritados como Osório e Caxias tiveram que deixar o campo de batalha doentes mais de uma vez ao longo da campanha.

A situação do terreno complicava a logística e muitas vezes a tropa passava dias com ração reduzida. Outro fato que muito contribuiu para a insalubridade da tropa foi o surto de Cólera, que se alastrou rapidamente.

Numa próxima vez vou transcrever trechos do diário de campanha para ilustrar esses fatos. Hoje estou sem tempo e cansado... um abraço a todos!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Guerra do Paraguai - Conde D'Eu


Estou preparando uma apresentação para essa sexta feira (20/08/2010) sobre o comando do Conde D'Eu na Guerra do Paraguai. Sempre ouvi dizer que ele chegou com a guerra ganha, que só ganhou o comando porque era genro de Don Pedro II etc. Bem, na verdade essas coisas tem seu fundo de razão...

O Conde D'Eu não era leigo no militarismo, havia participado de campanhas no norte da África (Marrocos) lutando no Exército Espanhol (ele era francês de nascimento). Cursou academia militar e conseguiu ser declarado capitão. Ao casar com a Princesa Isabel, o nosso imperador o declarou oficial do Exército Brasileiro e o promoveu à Marechal de Exército... bem, ele tinha 24 anos, apenas... quando Caxias teve que sair de cena, derrotando a maior parte do Exército Paraguaio e assegurando a ocupação de Assunção, o cargo de Comandante em Chefe poderia ir para alguns oficiais bem gabaritados, como Osório, por exemplo, que tinha muito mais experiência do que a maioria dos outros. Mas ficou mesmo com o Marechal Conde D'Eu! Pois é, é a "peixada" desde sempre no Exército...

Brincadeiras a parte, o Conde fez um trabalho digno apesar de tudo, e a campanha teve o desfecho mais que esperado, com a morte de Solano Lopez.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Museu Naval - Nossa História

Estive hoje, mais uma vez, no Museu Naval, localizado na Praça XV, Rio de janeiro. É um ótimo lugar para quem curte a História Naval Brasileira. Lá existem maquetes de navios de várias épocas, canhões variados, uniformes e outras atrações que deixam o fã doido. Para quem quiser visitar, fica praticamente ao lado do Passo Imperial, próximo às barcas.

Quanto mais me aprofundo na História Militar do Brasil, mais fico chateado com as pessoas que só gostam de estudar a História de outros povos. Existem muitas coisas muito interessantes para se estudar Brasil afora! Se você mora no Rio, pode explorar o centro da cidade, onde muitas construções e locais históricos estão à disposição para a visita! Tivemos aqui a França Antártica, a Revolta da Vacina, o levante Tenentista... Mas se você mora no sul tem a Farroupilha, a Guerra do Paraguai, a campanha do Contestado... no nordeste pode estudar as invasões holandesas, no norte a questão do Acre, em São Paulo os Bandeirantes, a revolução de 1932, e assim por diante. Isso sem contar que de qualquer Estado ou cidade qualquer um pode ler sobre qualquer acontecimento citado! Temos muitos vultos nacionais de grande importância que muitas vezes são ignorados! Poucos saberiam dizer quais foram os feitos do Marechal Rondon, por exemplo. Responda rápido: por que a capital do Acre se chama Rio Branco?

Se você não soube responder às questões acima, pense se não é a hora de começar a pesquisar a História de seu país...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Franceses no Rio de Janeiro

Hoje publicarei uma pequena parte do trabalho que fiz como prova na Pós Graduação. Publicarei a parte que versa sobre a invasão francesa no Rio de Janeiro (O trabalho fala sobre outras coisas também). Bem, aqui está:

Portugal queria um caminho exclusivo para chegar até as índias. Partiram seus mais gabaritados navegadores, contornaram a África e fundaram feitorias ao longo da costa. Cruzaram o Cabo das Tormentas, que foi rebatizado de Cabo da Boa Esperança. Porém, em 1500, chegaram a uma terra até então desconhecida (ou pouco conhecida?). Nessa terra, que ficaria conhecida como Brasil, inicialmente não foram encontrados metais preciosos. O principal produto que se extraía era o chamado Pau-Brasil, (cuja primeira leva chegou a Portugal através da expedição de Cristóvão Jacques, em 1503) de onde se retirava a matéria prima para tingir tecidos na cor vermelha. Os poucos portugueses que ficaram naquela terra nos primeiros anos não construíram nem estabeleceram defesas sólidas. Não havia muito com o que se preocupar, afinal, não havia metais preciosos, que eram a grande ambição dos Estados. No livro “Brasil – França, relações históricas no período colonial”, no texto de Lucien Provençal, lê-se: “Dom Manuel, que iria reinar até 1521, não tinha maior interesse pelo Brasil. A princípio era só uma aguada a caminho das lucrativas Índias.” (MARIS, VASCO, 2006, P.24). Porém, navegadores de diversas nacionalidades começaram a assediar o litoral brasileiro para extrair suas riquezas, principalmente o Pau-Brasil. Dentre eles, destacam-se os franceses, que investiram diversas vezes em nosso território entre 1503 e 1530, com destaque para os homens do armador Jean Ango, atuando a serviço do rei de França. Com a ascensão de Dom João III cresce o interesse no Brasil e em 1530 seguiu para o litoral brasileiro a expedição de Martim Affonso, com ordens para distribuir terras e de fortificar a costa. O sistema de Capitanias Hereditárias era uma tentativa de Portugal para estabelecer na região seu domínio utilizando o mínimo de recursos possíveis. Aos donatários cabia, entre outras coisas, prover a defesa de sua Capitania. Nesses primeiros anos da colonização portuguesa, surgiram os movimentos de exploração do interior do país, em busca, principalmente, de ouro e prata. Eram as chamadas Entradas, que junto com as posteriores Bandeiras seriam fator primordial da expansão do nosso território.
Fica evidente que nesse período Portugal não tinha como investir de forma efetiva na defesa do imenso território brasileiro. Na verdade, não havia prevenção, caso houvesse a notícia de algum ataque ou do estabelecimento de algum contingente não português no Brasil, era organizada uma expedição para retomar a posse do local. Vejamos este caso, descrito no livro “Resumo da História do Brasil”, de Salvador D’Albuquerque:


“Foi assim que um navio de Marselha, tendo vindo à Pernambuco carregar Pao Brasil accupou a feitoria d’Itamaracá, fundada por Cristóvão Jacques em 1526 ou 27 e nella deixou setenta Francezes, para guarda-la como sua.
Logo, porem, que isto foi sabido em Lisboa, expedio El Rei uma armada em dezembro de 1530, sob o commando de Duarte Coelho Pereira para os lançar fora dalli, o que completamente conseguio, expulsando os Francezes e tudo o que elles tinham feito...” (sic) (D’Albuquerque, 1848, P.18)

No século XVI era impossível vencer qualquer combate ou empreender qualquer missão militar sem apoio dos índios. Esses eram divididos em várias tribos que estavam em constante estado de guerra uma com as outras. Como nessa época a arma de fogo ainda não era muito sofisticada , o arco e a flecha indígena se mostravam armas eficazes. Por vezes o contingente de índios era superior ao de homens brancos nas batalhas.
A primeira tentativa efetiva de se instalar uma colônia não portuguesa em solo brasileiro foi intencionada pela França.

“Com a intensificação da guerra civil religiosa na França o almirante Coligny, principal ministro do rei francês Henrique II, decidiu enviar à Guanabara uma missão calvinista para estudar a possibilidade de aqui instalar uma grande colônia para abrigar os protestantes que estavam sendo perseguidos na França pelo rei católico”.(Mariz, 2006, P. 51). (MARIS, VASCO, 2006, P.24)

Com a Europa em guerra por motivos religiosos, as agressões aos Estados se entendiam às colônias. Como podemos observar da passagem acima, a idéia de Coligny era sondar no Brasil, especificamente na Guanabara, a possibilidade de se estabelecer aqui uma colônia protestante, resolvendo assim um problema que estava se tornando sério na França: as desavenças entre estes e os católicos. Mandou uma expedição chefiada pelo almirante Nicolas Durand de Villegagnon, um experimentado militar francês que já havia por vezes se destacado por sua bravura em combate.

“Villeganon atuou intensamente nas guerras de religião na França e defendeu com sucesso as cidades de Sens e Auxerre, vizinhas a Paris, contra os ataques das tropas protestantes do Príncipe de Conde”.( Mariz, 2006, P. 54).

Após uma viagem de reconhecimento que chegou na região de Cabo Frio, provando o quão desprotegida era nossa costa, o rei Henrique II se decide a mandar a expedição definitiva ao Rio de janeiro em 1555. Villeganon recebe parcos recursos do rei de França, mas usa seus próprios recursos para equipar os navios. Porém, dada a finalidade da missão, não pode contar com uma tripulação profissional, acabando por recrutar muitos homens desqualificados e até condenados pela justiça. Se estabelecer numa terra distante e desconhecida não agradava a muitos. Contratou soldados escoceses para compor uma guarda profissional, e levou um índio que tivera sido trazido à Europa anteriormente.
Porém, em 1549, percebendo a necessidade de um poder central para melhor desenvolvimento do Brasil, Don João III envia Thomé de Souza como governador geral do Brasil e junto com ele militares profissionais e missionários jesuítas, entre eles o padre Manoel da Nóbrega. Foi fundada a cidade de San Salvador, que serviria de centro administrativo da colônia. Na região da atual cidade do Rio de Janeiro, porém, não havia ninguém. As vilas mais próximas eram São Vicente e Espírito Santo. No entanto, os franceses chegaram à Baia de Guanabara sem serem importunados e fundaram um forte (forte de Coligny) em uma ilha que os índios chamavam de Serigipe. Villegagnon conseguiu a amizade dos índios, mas como era um homem rígido em seus princípios, teve muitos problemas com seus comandados que, como dito anteriormente, não eram as pessoas mais adequadas ao empreendimento. Chegaram a construir casas e até uma olaria na porção continental. A essa povoação chamaram de Henriville, em homenagem a Henrique II. Mais navios chegaram trazendo calvinistas, o que aumentou o descontentamento dos colonos franceses. Alguns desertaram, e a situação se agravou a ponto de Villegagnon retornar a França em 1559.
Somente em 1557, através da delação de um desertor, os portugueses tomaram ciência da posição dos franceses na Baia de Guanabara. Mesmo assim, devido à demora para angariar reforços e ao grande respeito que o nome de Villegagnon impunha, só atacaram em 1560, quando tiveram notícia da saída do almirante francês.
Mem de Sá, Governador Geral do Brasil, atacou o forte Coligny, encontrando dura resistência apresentada sob o comando de Bois-le-Comte. Atacou, então, Henriville, destruindo a cidade e os poucos franceses que encontraram, pois a maioria havia se abrigado no forte. Os portugueses, após dias de bombardeio, conseguem tomar o forte em uma ação de surpresa: alguns homens escalaram o morro em que o forte se encontrava. Foi uma espécie de “ação de comandos”. Explodiram o paiol, e os defensores fugiram para a terra. Não houve, porém, perseguição, e os franceses permaneceram na Guanabara até 1565, quando Estácio de Sá, finalmente, ergueu as bases da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Até 1567, ano da vitória definitiva, os portugueses sofreram vários ataques, expulsando os franceses remanescentes a muito custo, e Estácio de Sá pagou com sua própria vida, vítima de uma flecha envenenada de um índio que lutara ao lado dos franceses, no assalto à Mont Henri (Morro da Glória).

Notas:
1. As armas dessa época disparavam com o sistema de mecha, onde a “mecha” era um cordel que queimava de forma lenta e ficava sempre à mão do arcabuzeiro ou do mosqueteiro para poder detonar o rastilho de pólvora. Quando chovia, ficava praticamente impossível disparar!

Bibliografia:
• Mariz, Vasco. Brasil-França: Relações históricas no período colonial. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 2006.
• Andréa Frota, Guilherme de. Quinhentos anos de História do Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 2000.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Situação do treinamento militar

No fim do século XIX o Brasil sofria com a falta de locais adequados para o treinamento. O adestramento da tropa era realizado em locais públicos, onde aconteciam muitos acidentes. Transcrevo aqui parte do Relatório do Ministro da Guerra de 1887 que versa sobre esse problema:


"No dia 09 de setembro do ano passado realizaram-se em Botafogo, sob direção de Sua Alteza real o Sr. Marechal de Exército Conde D’Eu, exercícios militares nos quais tomaram parte os alunos da Escola Militar e contingentes dos corpos das três armas da guarnição da cidade, do Batalhão de Engenheiros e Corpo de Aprendizes Artilheiros (...) O local escolhido para os que se efetuaram em setembro último patenteou a conveniência de serem tais exercícios realizados em pontos afastados da cidade, ainda mesmo acarretando eles algum aumento de despesa. Assim se evitarão acidentes, que infelizmente se deram em Botafogo, devidos à aglomeração excessiva de espectadores, aos muitos edifícios urbanos que limitam as vias de comunicação e ao trânsito constante de veículos de toda a espécie.”
Relatório Anual do Ministro da Guerra, 1887, Pg. 19

Essa é mais uma evidência da necessidade, naquela época, de novas locais destinados tanto ao aquartelamento quanto ao treino dos efetivos. E mais um ponto que favoreceu a construção da Vila Militar.

domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos Pais


Hoje, dia dos pais, gostaria de homenagear todos aqueles que cuidam com amor e carinho de seus filhos. Ser pai é uma responsabilidade e tanto, uma missão deveras complicada. Lembro de que quando minha filha nasceu e a vi no colo da enfermeira pela primeira vez. Pensei: "E agora, meu Deus? Sou uma pessoa cheia de defeitos, um cara com tantas inseguranças... será que serei um bom pai?". Logo, lembrei de meu pai e das coisas que fiz e falei ao longo da vida. Automaticamente, como num passe de mágica, entendi muita coisa que ele tinha feito. Ser pai é ter que dar sempre o exemplo e, nossa, como é difícil! Como mudei minha postura! "O que meu filho(a) vai pensar de mim?". Acho que os pais pensam muito nisso, pode acreditar... pelo menos os bons pais pensam assim!

E é por reconhecer essa dura missão, e por meu pai ter a cumprido de forma tão digna que agora escrevo este post agradecendo por tudo e me desculpando por todas as vezes que não compreendi que, mesmo quando eu era contrariado, meu pai tentava desesperadamente fazer o melhor. Que Deus abençoe todos os pais, e que me faça um bom pai também.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Força Expedicionária Brasileira


Bom dia! Resolvi escrever hoje sobre a Força Expedicionária Brasileira (FEB) pois é um assunto pelo qual tenho especial interesse. O Brasil foi o único país sul-americano a enviar tropas para lutar na Segunda Guerra Mundial. A Argentina, por exemplo, só declarou guerra contra os países do Eixo quando a luta já estava praticamente decidida. Fomos praticamente forçados a reagir de alguma forma, uma vez que fomos atacados. Nossos navios mercantes estavam sendo afundados em alto mar e na Europa, e após o Brasil romper relações com os países do Eixo eles eram atacados em nossas próprias águas territoriais, levando muitos brasileiros à morte. Esse foi o fato de maior relevância para a formação da FEB, pois a opinião pública exigia uma resposta às hostilidades, afinal, muitos perdiam parentes e amigos.

Muita gente que curte estudar a Segunda Guerra não leu ainda sobre a nossa participação. Ela foi importante, podem acreditar! O Brasil, em acordo com os Estados Unidos, cedeu temporariamente locais no nordeste para a montagem de bases, facilitando o transporte de tropas aliadas que gastariam muito mais tempo e recurso se tivessem que partir de outro ponto. O saliente nordestino era chamado de "trampolim da vitória", e muito devem a ele os aliados.

Então essa postagem tem por objetivo despertar em quem a lê a vontade de pesquisar sobre nossos feitos na guerra!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Holandeses no Brasil!




No ano de 1630 o Brasil, então sob o domínio luso-espanhol desde 1580, com a União Ibérica, foi invadido pelos holandeses (pela segunda vez, já que a Bahia havia sido invadida poucos anos antes). É um período muito legal de estudar, na minha opinião, pois encontramos vários nomes de destaque na história, seja pela astúcia, seja pela bravura em combate ou, até mesmo, pelos seus atos desprezíveis (mas que fazem parte da história, infelizmente).

Estou postando isso hoje porque terminei de ler o livro "História das lutas com os holandeses no Brasil desde 1624 até 1654" do paulista Francisco Adolfo de Varnhagen. O livro foi escrito no século XIX, e não considero uma leitura fácil, pois o autor descreve os fatos de forma cansativa. O livro foca quase que exclusivamente nas batalhas e nos aspectos militares. A política, a economia e os aspectos sociais quase não são abordados. Isso pode ser considerado ruim por alguns, mas acho que a leitura dessa obra traz muito conhecimento para acrescentar sobre o período e é leitura obrigatória! Varnhagen pesquisou no Brasil, em Portugal e na Holanda para escrevê-lo. O livro traz, inclusive, transcrições de cartas da época.

Bem, é isso por enquanto!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Antecedentes da construção da Vila Militar

Foi em 1908 que a Vila Militar começou a ser construída. Seu projeto era parte de um plano para reformulação do Exército, que sofrera demais para organizar suas tropas na Guerra da Tríplice Aliança. Entre os problemas ocorridos estavam a falta de unidade dos efetivos, a dificuldade de mobilização e os gastos excessivos relativos à logística. As Unidades Militares estavam espalhadas. Dentro de um Estado da Federação, Rio de Janeiro, por exemplo, haviam muitos quartéis distantes uns dos outros, dificultando o treinamento em conjunto, o apoio médico, a distribuição de gêneros alimentícios, entre outros incômodos. Era necessário centralizar os quartéis como ocorria em outros países, como na Alemanha e na Argentina, por exemplo. O primeiro a propor as mudanças, não só a centralização dos quartéis, mas também a mudança no regulamento das escolas e outras mais, visando à modernização, foi o Ministro da Guerra João Nepomuceno de Medeiros Mallet, que exerceu a função de 1898 até 1902. Em seus relatórios anuais ao Presidente da República (Campos Sales)procurou mostrar a necessidade de tais mudanças. Porém, até o fim de sua gestão, não conseguiu atingir a maioria de seus objetivos...

Dois fatos históricos acelerariam o processo de construção da Vila Militar. Abordarei esses fatos em outra postagem!

Bom dia a todos, até mais!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sejam bem vindos!

Bom, este é meu blog sobre História Militar! Pretendo, com ele, discutir com os amigos e amigas assuntos sobre... História Militar! Estou cursando Pós Graduação na área e a previsão de término do curso (entrega da Monografia) é fevereiro de 2011. Minha pesquisa é sobre a construção da Vila Militar, aqui no Rio de Janeiro. Escolhi o tema porque passei minha vida inteira, de uma forma ou de outra, ligado à Vila, e achei que tinha o dever de "historiar" sobre o local.

Curto muito o período que vai da proclamação da República até a Segunda Guerra Mundial, quando o assunto é História do Brasil. A Guerra da Tríplice Aliança também é bacana de estudar!

Bom, por enquanto é isso!

Até mais, a cobra já fumou!