quarta-feira, 20 de julho de 2011

Da Origem do Paraguai até a Guerra Grande


Foi estudando sobre a Guerra do Paraguai (Guerra Grande como é conhecida por lá) que me interessei pela História do país da bandeira tricolor. Descobri um país com uma formação muito singular, com poucas semelhanças com os outros países do Continente Americano. Aqui vai uma síntese da História do Paraguai de sua fundação até a ascensão de Solano Lopez ao poder.

PERÍODO COLONIAL


Os primeiros a chegarem na região onde hoje se encontra a República Paraguaia o fizeram em 1526 (Sebastião Cabot). A cidade de Assunpção começou a ser erguida em 1537. Mas o fomento para o crescimento do país chegou com dois Jesuítas italianos (Simon Mazeta [chegou em 1608] e Giusepe Cataldino [chegou em 1606], Província Guairá). A partir daí até 1767, quando os Jesuítas foram expulsos, os índios guaranis viveram em um regime muito próximo do socialista, trabalhando sob a orientação dos padres extraindo da terra seu sustento e dividindo entre todos os produtos. O excedente era vendido pelos Jesuítas à cidades vizinhas e o lucro investido na província. Muitas missões chegaram na região e o índio guarani se tornou ordeiro, obediente e dócil. O sistema prosperou tanto que incomodou à coroa espanhola, e esta ordenou a saída dos padres com medo da influência  e do poder que eles estavam acumulando na região. Em 1776 a coroa espanhola criou o Vice Reinado do Prata, com sede em Buenos Aires.

JOSÉ GASPAR RODRIGUES DE FRANCIA 


O Dr. Francia, como era conhecido, era um homem letrado e inteligente. Foi o responsável direto pela proclamação da República Paraguaia (1811) e seu primeiro presidente. Sua influência foi tamanha que se tornou "Ditador Perpétuo" do Paraguai. Sua política se baseava no isolamento total do país em relação a qualquer interferência externa. O povo só podia ler o básico para o aprendizado das letras e textos de cunho religioso, enquanto o próprio Francia lia os principais autores da época. Ditava todas as ordens e era severo com quem não as cumpria. Assim, manteve o país sob seu domínio e afastado da conturbada política da região do Prata. Não deixou descendentes, e sua ideia era que, depois de sua morte, não houvesse outra pessoa que sozinha governasse o Paraguai: o povo é que deveria assumir esta função.

CARLOS ANTÔNIO LOPEZ


Após a morte de Francia (1840), houve um período em que o país foi governado por uma junta, até a eleição de Carlos Antônio Lopez (1844, ocasião da instituição da primeira constituição paraguaia), fazendeiro de uma região afastada de Assunção. Diferente do governo anterior, o novo presidente começou um processo de modernização do país e uma política de aproximação do mesmo com as grandes potências da época. Carlos Lopez abriu os portos para cidades como Corrientes, parceiro comercial próximo e investiu em indústrias. Com a cobiça de Buenos Aires (Juan Manoel Rosas) sobre as terras do país, Carlos Lopez começou um programa de modernização militar, adquirindo armas e treinando soldados, além de erguer fortificações para proteger os acessos via rio à Assunção (sofreríamos muito por conta disso na Guerra mais tarde...). Homem de visão, acreditava que a educação era a chave para o desenvolvimento. Foi talvez o maior presidente que o Paraguai já teve, apesar de também ter cometido erros (apesar de mais brando do que Francia, também foi um ditador que governou com "mãos de ferro"). Morreu em 1862, deixando o governo nas mãos de seu filho Francisco Solano Lopez.

FRANCISCO SOLANO LOPEZ


Eleito presidente após a morte do pai, Solano Lopez era um homem bem educado, mas muito orgulhoso. Diferente de seu pai, não teve tato para lidar com a diplomacia, o que acabou levando seu país à Guerra. Aos 18 anos já era marechal do Exército Paraguaio. Aos 28 foi enviado em missão à Europa, onde conheceu sua companheira Elisa Lynch, irlandesa, que o acompanharia até o fim de sua vida. Lia muito, e era apreciador de Napoleão Bonaparte. Procurando alianças no cenário regional, apoiou um partido político uruguaio (os Blancos) em detrimento de outro apoiado pelos brasileiros (Partido Colorado) em uma crise que fez tropas brasileiras (apoiadas pelos Colorados e por Buenos Aires) invadirem o Uruguai (questão que dizia respeito à violências cometidas na fronteira entre Brasil e Uruguai). Esperando ajuda das províncias argentinas de Corrientes e Entreríos, Solano Lopez havia emitido um aviso: caso a soberania uruguaia fosse ameaçada, o Paraguai entraria em guerra contra o agressor. Em vista da invasão, o Paraguai invadiu o Brasil por mato Grosso, dando início à "Guerra Grande".

A Guerra do Paraguai foi fruto de um erro de avaliação por parte de Solano Lopez: esperou ajuda que não veio; superestimou sua força de combate; subestimou as forças adversárias e, por fim, abandonou cedo demais a diplomacia. Ele tentou tornar o Paraguai maior e mais influente na América do Sul, mas tudo o que conseguiu foi atrasar o desenvolvimento de um país que tinha tudo para despontar como grande polo de desenvolvimento da região. Faço votos para que jamais aconteça novamente uma guerra entre os irmão sul-americanos!

Fica aqui registrada minha admiração pelo povo paraguaio e por toda a História de seu país.

Es aquí donde grabé mi admiración por el pueblo paraguayo también la historia de su país.
¡Viva el pueblo de América del Sur juntos!

terça-feira, 12 de julho de 2011

APÓS O LUTO

No dia 27 de junho deste ano, mais ou menos quinze dias atrás, minha mãe faleceu vítima de um infarto fulminante. Devo a ela muitos ensinamentos importantes e boa parte da formação do meu caráter. Deixo aqui escrito, de forma pública, toda a minha admiração por aquela que teve a difícil missão de educar um ser humano (educou três, na verdade) e que o fez com muita dignidade a despeito da doença que a acompanhou por toda a sua vida (desde muito nova descobriu que sofria de problemas cardíacos). Que ela permaneça sempre buscando o melhor e siga em sua evolução, agora em outro plano.

Eu pretendo daqui por diante dar continuidade ao projeto Vila Militar. Vou visitar a 1ªDE ainda este mês em busca de maiores detalhes sobre o projeto e, quem sabe, conseguir uma cópia das plantas originais dos primeiros quarteis construídos (1º e 2º Regimento de Infantaria), além de algumas informações adicionais sobre a Fazenda Sapopemba e seus arredores. Como meu trabalho na monografia da Pós cobriu o período entre 1908 até 1922, tenho que seguir contando a História da vila até os dias de hoje, o que ainda vai demandar muita pesquisa... Pretendo ter o livro finalizado até o fim do ano que vem.

Talvez ainda demore um pouco para dar esse prosseguimento, visto que ainda estou me recuperando do "baque" que é perder um ente querido tão importante... mas me esforçarei para tocar a vida, pois sei que é isso que a fará feliz. Minha mãe era muito guerreira.

Um abraço a todos.