O Império Neo Assírio (731-626 a.C.) surgiu quase que exclusivamente por meio do uso do aparato militar. Lutando sob ordem do deus Assur (que também era o nome da principal cidade do império), que nos escritos sagrados ordenou a expansão do império, os reis assírios estenderam seus domínios à base de muita violência. Foi o primeiro grande império que a humanidade presenciou.
A prática de guerra mais identificada com os Assírios (apesar de não serem o único povo da época a praticar o ato) era a decapitação, o corte da cabeça de seus adversários, para fins "estatísticos". A prática ficou conhecida principalmente na época do rei Assurbanipal, "O cortador de cabeças", como ficou conhecido. O avanço do exército não era coordenado e o combate era decidido de luta em luta, o que era comum no período (a situação só mudaria com a criação da organizada falange grega). Cavaleiros montados, carros de combate (carroças de duas rodas puxadas por um par de cavalos) e arqueiros eram as principais armas de combate, como indica a iconografia. Apesar de não utilizarem estribo para se sustentarem em seus cavalos, os arqueiros assírios disparavam flechas a partir de suas montarias. Era um assalto total, todos os meios de combate eram empregados quase que simultaneamente contra a cidade a ser conquistada.
A vestimenta assíria para o combate era composta de um capacete e de uma cota de couro ou de escamas de ferro para os mais abastados além de sandálias. A infantaria comum lutava com sua vestimenta normal, sem muita proteção adicional e portando uma lança curta. era comum também a utilização de escudos de couro para a defesa individual e uma espécie de domo contra flechas que era retangular e maior que o próprio soldado.
Após a conquista da cidade e da decapitação dos insubmissos, os assírios passavam a cobrar impostos em víveres e em trabalho. Não destituiam o culto às divindades locais, mas exigiam o reconhecimento de Assur como deus superior.
Um dos maiores combates empreendidos pelos assírios foi realizado já no período final do império, pelo rei Assurbanipal contra o povo do Elam, região no sul do atual Irã. Essa vitória mereceu um enorme mural no palácio real assírio. O rei do Elam, Teumman, foi decapitado e sua cabeça levada por um soldado até Assurbanipal.
Toda a arte assíria remete à guerra e a conquista militar. Mantiveram seu império desta maneira, levando medo e terror aos locais dominados. Os babilônios formaram uma coalizão contra o domínio assírio que derrubou seu império em 626 a.C. O império assírio já não conseguia gerir um império tão grande. Faltavam-lhes, sobretudo, habilidade política, além de estarem debilitados após o esforço de guerra contra o Elam.
Fontes:
CLINE, Eric H. Impérios Antigos: da Mesopotâmia à origem do Islã, São Paulo: Madras, 2012;
BELTRÃO, Claudia História Antiga. Volume 1/ Cláudia Beltrão, Jorge Davidson - Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2011;
POZZER, Katia Maria Paim. A comemoração da Vitória: o banquete triunfal assírio, Anais do XXVI simpósio Nacional de História - ANPUH, São Paulo, 2012.
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