quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Marechal Hermes da Fonseca - Parte II

Vou continuar falando sobre o Marechal Hermes da Fonseca, sem dúvida um expoente tanto militar quanto civil. Era sobretudo um patriota e agia sempre pautado na sua visão do que seria melhor para o país. Por conta da sua capacidade em agradar tanto os seus superiores quanto aos políticos, chegou a ser presidente do país entre 1910 e 1914.

REFORMAS MILITARES

Vou aprofundar um pouco mais nas reformas do Marechal Hermes. Deu enorme ênfase para o recrutamento, visto que a falta de efetivo mobilizável em tempo de guerra era um problema recorrente no Brasil. Tivemos problemas para mobilizar pessoal para a guerra contra Solano Lopez, na luta em Canudos, no Contestado e por fim na questão do Acre. Sendo assim, instituiu o serviço militar através de sorteio, com a lei nº 1860 de 4 de janeiro de 1906. Pretendia escolher sem privilégios, e chamar à Caserna tanto os ricos quanto os pobres. A lei gerou muita discussão e não funcionou bem a princípio, mas foi um passo importante para a História Militar Brasileira.
Outra mudança foi em relação ao local dos aquartelamentos. Resolveu agrupar os quartéis ( medida já defendida antriormente pelo General Mallet, que também foi ministro da Guerra) em locais escolhidos através de pesquisa realizada pelo Estado-Maior. Antes dispersos nos territórios nacionais, eles passariam a ficar próximos, exigindo menos recursos para serem mantidos e gerando maior rapidez na concentração e formação das chamadas "Grandes Unidades" (brigada e divisão, que antes só eram formadas durante as guerras). Criou as escolas regimentais, onde eram ministradas instruções práticas para as praças, que antes, em muitos casos, não tinham sequer treinamento de tiro! Em Canudos, por exemplo, ficou evidente que os sertanejos atiravam muito melhor que os soldados do governo!!! Lutou para que o Brasil tivesse sua própria fábrica de pólvora, para ficar menos dependente de governos estrangeiros. Militares brasileiros estagiaram no Exército Alemão, a fim de adquirir conhecimento para profissionalizar o Exército Brasileiro. Mais tarde, seriam conhecidos como "Jovens Turcos", que já é uma outra história... quando tudo levava a crer que uma missão alemã viria ao Brasil para instruir nossos oficiais, pressões, principalmente de São Paulo, que havia contratado uma missão francesa para instruir os oficiais da força pública do Estado, fizeram com que os franceses tivessem prioridade. Mas isso também é outra história...

PRESIDENTE!

Disputando com Rui Barbosa a presidência em 1909, Hermes mostrou sua força no cenário político nacional. Destaca-se que Rui Barbosa era uma figura extremamente popular, e na literatura sobre o assunto achamos inclusive insinuações de que as eleições foram fraudadas de alguma forma... verdade ou não, o governo do Marechal Hermes foi extremamente conturbado. Foi a época da política "Salvacionista", que consistia na inserção de militares nos governos estaduais, o que gerou muitos problemas ao interferir na oligarquias estaduais.

Bom, terei que escrever mais um post sobre esse assunto para encerrá-lo. Recomendo (se é que já não recomendei antes...) a leitura do livro "Soldados da Pátria", do americano Frank D. MacCann, que tem uma visão bem fundamentada sobre o assunto.

Bem, é isso por enquanto. não sei se vou falar desse assunto na sequência, mas com certeza vou fazer uma terceira parte. Até mais!

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