sábado, 28 de maio de 2011

A GUERRA DE SÍTIO NA ERA MEDIEVAL




            Quem nunca assistiu um filme em que uma guarnição defende um castelo de um ataque? Este tipo de ação, muito comum na História Militar, é chamado “sítio” ou cerco e durava dias e dias, chegando até mesmo a durar meses. Acontece que o cerco era mais comum do que a batalha em campo aberto na Era Medieval: acreditava-se que as fortificações eram o melhor meio para se defender os recursos e a população de uma cidade. Assim, quando um exército inimigo se aproximava, a população ameaçada, que morava em volta do castelo, corria com seus recursos para dentro dos portões do mesmo. A estratégia do exército atacante era manter o cerco até exaurir os recursos do defensor (já que o mesmo não podia dispor de suas áreas férteis para o plantio) forçando assim a rendição ou criar uma brecha em alguma parte da muralha do castelo para poder entrar com as tropas e abreviar a guerra. A estratégia do defensor era similar: resistir até que o inimigo sofresse tantas baixas que desistisse do cerco ou que os recursos utilizados para o mesmo fossem tão dispendiosos que não valesse mais a pena continuar.
            O cerco era um jogo de Xadrez. Se ele era terrível para quem ficava sitiado também não era situação das melhores para os sitiantes. Os castelos da época (entre os anos 1000 e 1450 mais ou menos) eram construções de pedra com muros muito altos, feitos para dificultar ao máximo a escalada. Estas fortificações eram providas de bastiões, torres para a observação e defesa com arqueiros, fossos para evitar a aproximação dos inimigos até os muros e outros engenhos. Para tentar transpor essas defesas foram desenvolvidas as máquina de sítio: catapultas (que lançavam principalmente pedras), aríates (para tentar derrubar os portões), torres móveis (protegiam os soldados atacantes das flechas e outros projéteis enquanto avançavam) e outros equipamentos.


            O que fez esse tipo de fortificação (o castelo) se tornar muito menos eficiente foi o surgimento dos canhões. Com os canhões ficando mais eficientes a partir do século XV, as guerras de sítio foram mudando suas características. Os castelos deram lugar às Fortalezas, fortificações com muros mais baixos e mais largos (afinal, quanto mais alto era o muro mais instável ele se apresentava e mais difícil era de resistir aos disparos do canhão). Defender uma fortaleza ainda era muito comum na idade moderna, mas foi ficando cada vez mais complicado à medida que a tecnologia avançava. No século XX esse tipo de combate já não era mais comum, devido, principalmente, ao surgimento das aeronaves.
            Uma dica de filme que ilustra bem o cerco: “A Cruzada” com Orlando Bloom (o mesmo cara do “Pirata do Caribe” e de “Senhor do Anéis” que, aliás, tem também bons exemplos de cerco!)